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Publicação internacional aborda o enfrentamento da dinâmica explosiva da criminalidade em Fortaleza e no Ceará

Data da publicação: 20 de setembro de 2017 Categoria: Notícias

Grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) e da Universidade Federal do Ceará (Victor Hugo de Oliveira (IPECE e LECO/CAEN/UFC), Cleyber Nascimento de Medeiros (IPECE) e José Raimundo Carvalho (CAEN/UFC e LECO/CAEN)) acaba de publicar um artigo científico na “Applied Spatial Analysis and Policy”. O artigo intitulado “Violence and Local Development in Fortaleza, Brazil: A Spatial Regression Analysis” traz subsídios novos para tentar entender por que Fortaleza se tornou um local tão violento nos últimos anos.

Fortaleza, quinta maior cidade do Brasil, tornou-se a mais violenta capital de estado nos últimos anos. Esse recorde negativo de Fortaleza, infelizmente, acompanhou a crescente violência do estado. Em 2015, o Ceará tinha a segunda maior taxa de homicídios do país (42,2 homicídios/100 mil), atrás apenas de Alagoas (49,4 homicídios/100 mil). Na última década (2005 – 2015), o Ceará foi o campeão nacional em termos de aumento dessa taxa de homicídios, tendo crescido 126,39%.

Neste trabalho, investigou-se se as taxas de criminalidade violenta estavam associadas ao desenvolvimento local da cidade. Usando uma fonte de dados inexplorada sobre assassinatos geo-referenciados e mortes devido a lesões corporais e roubos, os pesquisadores mostraram que as taxas de criminalidade violenta na cidade exibem uma dependência espacial positiva entre grupos de setores censitários. Em outras palavras, as pequenas áreas urbanas com taxas de criminalidade altas (baixas) têm vizinhos, em média, com padrão semelhante de taxas de criminalidade violenta. Esse aspecto clássico e fundamental de migração do crime, parece ausente das políticas públicas de enfrentamento do problema.

As regressões espaciais sugeriram que as taxas de crimes violentos elevadas estão relacionadas com o baixo nível de renda, com o alto isolamento espacial de famílias pobres, o baixo acesso a infra-estrutura urbana e alta prevalência de adolescentes analfabetos e jovens negros.

Os resultados sugerem um insight importante para ajudar a enfrentar a dinâmica explosiva da criminalidade na cidade e no estado: qualquer política pública de enfrentamento da questão da violência letal na cidade deve considerar as condições socioeconômicas locais (bairros e comunidades), sem se esquecer dos complexos efeitos de migração do crime que ocorrem no curto ou médio prazos. De fato, diversos paradigmas sociológicos e econômicos advogam soluções na área de segurança pública onde as condições socioeconômicas possuem papel relevante, porém as suas sugestões de políticas estão quase sempre comprometidas com resultados de longo prazo, desconsiderando efeitos espaciais locais e necessidades da gestão de segurança pública de curto e/ou médio prazos. As abordagens modernas de gestão de segurança pública utilizam a geografia local, a análise estatística e criminal, e a racionalidade microeconômica como suportes fundamentais para o enfrentamento da criminalidade.

Publicações internacionais desse tipo mostram a importância de parcerias científicas entre a UFC e instituições de pesquisa como o IPECE, bem como corroboram a trajetória de inserção internacional contínua da UFC. Por fim, ao coroarmos os esforços intelectuais de pesquisadores locais através de uma publicação com reconhecida reputação científica internacional, reafirmamos a importância de buscar nos próprios valores do estado do Ceará as soluções para os problemas que mais afligem a sua população.

Link para o artigo

Fonte: Professor José Raimundo Carvalho – CAEN/UFC – Tel: 3366.7751

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